Li a certa altura do caminho uma dessas bonitas frases de para-choque que me fez pensar durante alguns segundos. Confesso que as palavras embaralharam e ecoaram de modo a causar em mim um certo desconforto que posteriormente foi produzindo algum tipo de sentimento que me desafiou a sentar e escrever essas linhas... Foi a dita cuja, que no auge dos meus quase 46 anos de vida me fez sacudir por dentro quando sinalizou claramente que eu não tinha uma resposta pronta para uma pergunta tão simples e direta. Mulher de tantas mudanças e transformações, mãe de quatro filhos de ganhos e perdas, filha de acertos e erros, esposa e aprendiz de convivência, professora por honra, Educadora por vocação e maestra em largar mão de tantas coisas na estrada e desapegar, cuidadora incansável dos bichinhos de estimação... Desenhista, costureira, cozinheira, fiel escudeira. Tudo e nada! Antes eu achava que eu também tinha um super poder, hoje em dia (eu acho) que meu super poder é saber que eu não tenho super poder, é saber que venho aprendendo a conviver com o que eu sou e estou, aqui e agora. Hoje, meu super poder é ver o mundo como ele realmente é, aceitando que sou falível dentro do sistema , reaprendendo a me reconstruir e me reconectar em cada etapa do caminho, me valorizando a medida da passagem do tempo. Sei lá, acho que na minha camiseta a frase seria assim: "Envelhecer nesse mundo exige super poderes!"
*Nany Peres*