Preciso voltar a escrever. Preciso voltar a colocar minhas palavras para fora de mim. Me esvaziar da dor que se instala em meu coração cansado. Preciso voltar a olhar pela janela e deixar fluir os pensamentos em forma de linhas. Preciso deixar meu sentir incompreendido de lado e me liberar da promessa eterna de que a vida pode ser maravilhosa. Preciso me esvaziar. Sou o copo quase cheio a transbordar. Quanto eu valho? Quem sou eu nesse mar de gente? Aonde foi que enterrei minha voz? Meu olhar... Alma minha! Estou morta e esquecestes de me avisar! Preciso de um sinal de que realmente tu precisas de mim nesse lugar transparente e gélido chamado solidão. Preciso sentir-me viva mesmo estando presa nesse lugar. Preciso de um lar.
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A fugacidade das palavras que saem são absolutamente um balsamo de sobrevivência. Estou sentada nessa cadeira imaginando um fim poético para frases deliberadas e pensamentos profanos. Não quero que soem como ingratidão. Afinal... Quem sou eu para ser ingrata?
*Nany Peres*