Tem gente que chora e outras que riem. Tem gente que se atrapalha e outras que não estão nem ai. Tem gente que ama e tem gente que se encanta. Tem gente que fala baixo e tem gente que parece que engoliu um sapo. Tem gente que respeita e é amável. Já tem gente que só falta atirar os sapatos. Tem gente que suja tudo que vê pela frente e tem gente que limpa para a gente. Tem gente como a gente. E tem gente que não é gente. Tem gente na fila, no ônibus, na cidade, na rua e no banheiro... Tem gente! Nesta manhã de domingo eu subi a montanha com as amigas peludas, o sol estava quente e as árvores bem verdinhas e apesar da falta constante de chuva, as montanhas brilhavam uma beleza inexplicável. Estávamos felizes. Elas subiam pedras e faziam todo o caminho cheirando cada pedacinho de terra. Enquanto isso, eu olhava admirada as formigas incansáveis e em outros momentos voltava a olhar para o céu de um azul claro profundo. Cada barulho era motivo para aguçar a curiosidade auditiva. Cada raio de sol entre as folhas era um espetáculo a parta. Caminhamos sem nenhuma gente pelo caminho, e a cada passo ficávamos mais longe da gente. Essa coisa de tomar distância de si e dos pensamentos é um exercício para se fazer bem pertinho do céu. Um momento da gente com a gente mesmo.
*Nany Peres*