São pequenas notas, textos concretos, versos complexos, poesias cotidianas e esperanças.

Quem acredita em destino?




"O acaso é um destino que a gente desconhece. 

O destino é aquele que se escreve com tinta invisível." 

Tem coisas que a gente não entende agora, 

mas lá na frente a gente vai entender. 

É sempre assim.


*Nany Peres*




Além do Aposento



Ontem eu tive a sorte de assistir esse belíssimo documentário que tem como tema de fundo a terceira idade e seus desafios. Durante todo tempo me via sorrindo e me emocionando com as bonitas histórias contadas através de gente real. Quando terminei, acreditei do fundo do meu coração que todas as pessoas de todas as idades deveriam ter acesso e aprender um pouquinho mais sobre a construção da vida e sobre ser feliz através das reflexões semeadas neste bonito trabalho. Deixo aqui como dica preciosa para quem por ventura passar! 

*Nany Peres*




Gente...


Tem gente que chora e outras que riem. Tem gente que se atrapalha e outras que não estão nem ai. Tem gente que ama e tem gente que se encanta. Tem gente que fala baixo e tem gente que parece que engoliu um sapo. Tem gente que respeita e é amável. Já tem gente que só falta atirar os sapatos. Tem gente que suja tudo que vê pela frente e tem gente que limpa para a gente. Tem gente como a gente. E tem gente que não é gente. Tem gente na fila, no ônibus, na cidade, na rua e no banheiro... Tem gente! Nesta manhã de domingo eu subi a montanha com as amigas peludas, o sol estava quente e as árvores bem verdinhas e apesar da falta constante de chuva, as montanhas brilhavam uma beleza inexplicável. Estávamos felizes. Elas subiam pedras e faziam todo o caminho cheirando cada pedacinho de terra. Enquanto isso, eu olhava admirada as formigas incansáveis e em outros momentos voltava a olhar para o céu de um azul claro  profundo. Cada barulho era motivo para aguçar a curiosidade auditiva. Cada raio de sol entre as folhas era um espetáculo a parta. Caminhamos sem nenhuma gente pelo caminho, e a cada passo ficávamos mais longe da gente. Essa coisa de tomar distância de si e dos pensamentos é um exercício para se fazer bem pertinho do céu. Um momento da gente com a gente mesmo.


*Nany Peres*

Nas últimas folhas do caderno verde...



Naquele dia, quase sonolenta, sentei-me a beirada da cama. Fitei meus olhos através do espelho e não me reconheci. Entre as luzes daquela manhã de outono, pela primeira vez refleti os cabelos em tons de cinza bem perto de outros tão branquinhos. Ao fechar os olhos por um instante, senti a suave brisa tocando as cortinas do velho quarto de dormir e pouco a pouco minha atenção se deixou levar pela sinfonia de passarinhos eufóricos e sedentos por mais um dia. Retornei ao reflexo de onde havia parado e ali os olhares novamente se cruzaram. Quantas lutas já lutadas, quantos sorrisos compartilhados, quantas lágrimas enxugadas. A mulher dentro daquela moldura tinha tantas histórias para contar, mas, naquele momento, era só o silêncio que se fazia presente. Mesmo assim, havia um certo frescor naquela imagem, havia sentimentos. Seus olhos brilhavam uma imperfeição perfeita e cada marca na pele gasta registrava um tempo. Dentro ainda residia a menina que por certo levava os sonhos que embalavam ideias e poemas da juventude de outrora. Dentro levava a força disfarçada de fragilidade. Dentro estava escrito: Alma. Uma lágrima correu sobre o rosto e a lembrança. Um toque delicado na porta de madeira talhada. O tempo tem seus presentes... Aproveite seu dia! 

*Nany Peres*




E quem disse que seria fácil?


Os momentos de pausa são complicados para assimilar. A vida diz: Para! (...) E não tem como mudar as coisas, a não ser aceitar as coisas como elas são. Parece que tudo volta á estaca zero e você se vê sozinha de novo e sem aquela possível saída. Eu já nem sei quantas vezes experimentei essa sensação e tão pouco compreendo o motivo pela qual eu ainda não me acostumei. Tudo vai bem até que... nada! Um grande nada se instala e só me resta esperar. Parece até que os sonhos se desfazem e tudo aquilo que foi sentido não faz nenhum sentido. Era só eu dando importância demais para a esperança que de infinita se transformou em finita em questão de horas. Aquele ar de momento místico se perde e quase chega a parecer devaneios, loucura disfarçada de inocência quase juvenil. Eu volto a organizar tudo, dentro e fora de mim. E passo os dias a esperar. De certo algo eu tenho que aprender com tudo isso. Todas as ideias escritas no caderninho de reflexão saltam em coro dizendo sobre a importância de viver um dia de cada vez, aproveitar o momento, não me preocupar tanto, ser menos apegada, viver a vida como ela é. Eu olho em volta... As cachorras tranquilas dormem aos meus pés. A música toca e um pouco de paz se instala em meus pensamentos. Tudo segue em frente. Cada um com a sua própria vida segue em frente. Eu escrevo essas linhas e sigo em frente.


* Nany Peres *  




Meu coração em festa!

 


A felicidade que estou sentindo é profunda! Hoje é o meu dia! Meu dia de paz, alegria, esperança. Não tem jeito de pensamentos intrusos chegarem perto do meu ninho. Estou afastando todos! Um a um... Estou feliz, grata. Satisfeita. Eu sou tão grata a Deus! Minha alegria não cabe no peito! A felicidade de persistir em todos os momentos. Respirar, olhar para o céu, para a montanha que toca esse céu azul que hoje faço parte. Não consigo parar de pensar em gratidão. Eu imagino que para quem lê esse pedacinho de emoção, entende da alegria que estou contagiada. Mas, o que posso dizer é que compartilho as possibilidades que estão para todos nós. Acredita e bota fé em tudo o que você faça! Não se deixa contaminar por coisas que não são boas... Traz para dentro só aquilo que te alimenta de paz e força. SORRIA! Mesmo se as lágrimas caírem. SORRIA! Você também vai ser feliz. Você já é feliz! Seja feliz! 


* Nany Peres *







Em dias de chuva... sorria!


Essa vida é um grande livro de aprender. Nada é por acaso. Tudo tem um motivo. Tudo tem um porquê. Tudo faz parte. Nada é descartado. Que bom! Que bom que a gente pode ao longo da vida descobrir sobre o poder do amor e dos benefícios de poder amar e ser amado. Que bom! * Eu te amo *


***Nany Peres***

 

O disfarce perfeito




Preciso definitivamente voltar a escrever. Sinto que uma parte de mim está despedaçada e outra parte ainda luta por um motivo para sobreviver entre cacos de existência. Eu, alma perdida, fico entre chegadas e despedidas. Meu falar é anulado, enquanto me ocupo em falar de outras maneiras. Me falta energia, às vezes me faço falta. Mas, não deixo que a percepção atrapalhe meu caminhar. Eu aprendi a disfarçar meus medos e minhas inseguranças. Eu e minha pequena e frágil bolinha de sabão. Flutuando e se esquivando do primeiro que a arrebentará com um simples toque de dedos. Ás vezes dói. Só que eu não me deixo perceber!


*** Nany Peres ***

Com tempo para ter tempo.


Quanto tempo... O suficiente para me desfazer e me refazer aos pouquinhos dentro de mim. A última vez que escrevi aqui foi dias antes de fazer 46 anos e agora volto dias antes de fazer 47 para retomar a escrita que me é tão fundamental. Não sei explicar exatamente o motivo de parar de escrever, tendo em vista o fato de que eu gosto muito de escrever! Realmente não sei. Enfim... 46 anos me marcou pelos desafios... Foram muitos! Precisei lidar com angustias, pressões internas e externas, com uma ansiedade absurda que pela primeira vez me derrubou a ponto de eu precisar me recuperar a custa de alguns remédios. Fiz descobertas difíceis, lidei com meus reflexos, pessoas, fatos e ações. Fui produtiva em momentos que achei que iria cair e cai quando achei que nada me derrubava. Pois é... Vamos dizer que não foi um ano fácil, mas, foi um ano de aprendizagem com toda certeza! Eu pude aprender um pouco mais sobre mim, sobre meus limites e avanços. Pude dizer não pra muita coisa e pra muita gente. Também pude aceitar condições e dizer sim. Precisei lidar com as etapas da vida, com os filhos crescendo, com a distância dos meus pais (geograficamente), com as mudanças do meu corpo, da minha cabeça e alma. Busquei informações dentro da solidão e dei o devido valor para minhas lágrimas e para os meus sorrisos. Esse ano que passou, fui minha pior inimiga e minha melhor amiga. Me dei uma chance. Me abracei milhões de vezes. Me ouvi e me recriei. (Mais uma vez) 

Ser livre através da felicidade de viver sem medo de ser feliz hoje.

*Nany Peres*  

 

46 anos...

                              

Estou aqui... Sentada... Tomando meu café... E algumas imagens, memórias, cenas de muitas coisas que eu já vivi vieram perambular meus pensamentos. É incrível que no decorrer da vida, conforme você vai envelhecendo, tudo vai ficando mais simples. E olha que eu ainda me considero a "rainha da ansiedade contida" ... Hoje, aos 46 anos, espero mais de mim e menos dos outros. Eu acredito (internamente) mais em mim sem a necessidade de fazer tanta propaganda para os outros. Eu me amo profundamente diante do que eu realmente sou, tenho e estou. Me cobro menos pelos meus erros e valorizo mais os meu acertos. Esse é o texto de 46 anos que eu vou colocar no meu blog pessoal e que eu queria compartilhar com quem eu mais amo no mundo. Eu sei, eu sei... Blog é ferramenta defasada! Mas, fazer o que se eu amo escrever no meu blog "véio" de guerra!!! Parte desses 46 anos foram construídos com a ajuda feliz de um rapaz de sorriso largo, imaginativo, com palavras fortes e sensato. De uma mocinha alegre, responsável, sarrista e extremamente criativa. De um ser pequenininho repleto de muita luz e gigante em seus ensinamentos. De uma garotinha de temperamento forte, corajosa, destemida e de coração gigante e generoso. Foram esses os que me motivaram a chegar até aqui. E nessas linhas eu escrevo com TODAS AS LETRAS que eu só tenho a agradecer. E isso já faz valer esse meu tempo de crescimento nesse mundo de malucos!!! Obrigada Artur, Lara, Julia e Anna.


*Mamãe*

Preciso...

Preciso voltar a escrever. Preciso voltar a colocar minhas palavras para fora de mim. Me esvaziar da dor que se instala em meu coração cansado. Preciso voltar a olhar pela janela e deixar fluir os pensamentos em forma de linhas. Preciso deixar meu sentir incompreendido de lado e me liberar da promessa eterna de que a vida pode ser maravilhosa. Preciso me esvaziar. Sou o copo quase cheio a transbordar. Quanto eu valho? Quem sou eu nesse mar de gente? Aonde foi que enterrei minha voz? Meu olhar... Alma minha! Estou morta e esquecestes de me avisar! Preciso de um sinal de que realmente tu precisas de mim nesse lugar transparente e gélido chamado solidão. Preciso sentir-me viva mesmo estando presa nesse lugar. Preciso de um lar.  


***


A fugacidade das palavras que saem são absolutamente um balsamo de sobrevivência. Estou sentada nessa cadeira imaginando um fim poético para frases deliberadas e pensamentos profanos. Não quero que soem como ingratidão. Afinal... Quem sou eu para ser ingrata? 


*Nany Peres*

Diante dos meus 46 anos de vida...

Li a certa altura do caminho uma dessas bonitas frases de para-choque que me fez pensar durante alguns segundos. Confesso que as palavras embaralharam e ecoaram de modo a causar em mim um certo desconforto que posteriormente foi produzindo algum tipo de sentimento que me desafiou a sentar e escrever essas linhas... Foi a dita cuja, que no auge dos meus quase 46 anos de vida me fez sacudir por dentro quando sinalizou claramente que eu não tinha uma resposta pronta para uma pergunta tão simples e direta. Mulher de tantas mudanças e transformações, mãe de quatro filhos de ganhos e perdas, filha de acertos e erros, esposa e aprendiz de convivência, professora por honra, Educadora por vocação e maestra em largar mão de tantas coisas na estrada e desapegar, cuidadora incansável dos bichinhos de estimação... Desenhista, costureira, cozinheira, fiel escudeira. Tudo e nada! Antes eu achava que eu também tinha um super poder, hoje em dia (eu acho) que meu super poder é saber que eu não tenho super poder, é saber que venho aprendendo a conviver com o que eu sou e estou, aqui e agora. Hoje, meu super poder é ver o mundo como ele realmente é, aceitando que sou falível dentro do sistema , reaprendendo a me reconstruir e me reconectar em cada etapa do caminho, me valorizando a medida da passagem do tempo. Sei lá, acho que na minha camiseta a frase seria assim: "Envelhecer nesse mundo exige super poderes!"


*Nany Peres*

A Felicidade...

O dia em que eu fui mais feliz foi o dia que fiz sorrir; Foi o dia que dei alguma alegria a ponto de acreditar que dela podia me alimentar para sempre. O dia em que fui mais feliz não foi o dia que ganhei mais dinheiro ou comprei algo que eu gostaria de comprar. Foi o dia que eu pude fazer algo simples que transformasse o dia de alguém. 


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Nany Peres

Porta

Eu sigo esse novo caminho... Eu abro essa porta que apareceu. Depois de tantos nãos, depois de tantas frustrações eu voltei a sentir o ar tocar meus pulmões outra vez. Eu voltei a me encantar e ler a vida através de cada palavra de carinho vinda de todas as partes desconhecidas. Eu, pouco a pouco vou fazendo do meu jeito. E o meu jeito só pode ser feito com entrega e amor. O mundo pode ser cruel com pessoas muito emocionais, mas ninguém desse mundo conta com a força que pessoas como eu levam dentro. E é essa força que ressurge a cada morte. Mais forte! Mais viva! As lágrimas existem, mas ao caírem  sempre serão de gratidão. Sempre.


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Nany Peres

Ano novo de verdade!


Daqui uma semana já é ano novo... Pois é, 2020 não foi fácil pra ninguém! Mas, como diriam os mais experientes, diante das dificuldades aprendemos muito sobre a vida, sobre os sentimentos e sobre superações. Foi um ano maluco, com situações inéditas, com distanciamentos que fizeram a gente entender a alegria de estarmos juntos. Fomos convidados a entender e interiorizar o valor da família, do respirar e da liberdade de ir e vir. Revalorizamos o trabalho nosso de cada dia. Tivemos tempo para prestar atenção no dia a dia. No simples amanhecer, no dormir, acordar, cozinhar, limpar, cuidar... Olhar para dentro e absorver o que vinha de fora de maneira criativa, buscando inspiração naquilo que adormecia durante anos dentro de nós mesmos. Pudemos nos dar conta de todo tempo perdido e de perceber a devida importância do simples ato de poder estarmos vivos. A vida e a morte estiveram caminhando lado a lado, de  mãos dadas em uma linha tênue. O mundo tornou-se invisível! Choramos a perda de entes queridos e lidamos com a dor dentro de nossos próprios mundos. Por fim... Foi um ano abençoado! Pois nos trouxe lições valiosas para continuarmos caminhando. Feliz 2021!


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Nany Peres

Infinita realidade...

Somos então, aprendizes dos mistérios dessa infinita caminhada... Diante do "tudo" somos pequenos grãos de areia revestidos em matéria que com o tempo finito se desfazem; E diante do "nada" nos encontramos gigantes na capacidade que temos para desenvolver sentimentos de amor, tolerância, resignação, resiliência, querer bem e um pensar positivo. Pouco a pouco, nós, espíritos sorrateiros vamos compreendendo que mais vale SER do que ter, mais vale aceitar a infinita realidade produzindo mudanças significativas para si e para seu entorno aqui e agora.



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Nany Peres

Amigos...

Esse mundo não nos pertence! Somos caminhantes em busca do aprender. Nossas vidas são cruzadas e nossos destinos nada mais são do que aquilo que conhecemos como livre arbítrio. Somos espíritos em evolução, e cada um de nós, em sua jornada, colabora com os outros camaradas que aqui  também estão. Nossas memórias de outrora são apagadas de nossas singelas almas para que possamos daí nos perdoar e sermos perdoados, podendo assim, recomeçar a verdadeira caridade. Nossos longos dias são então pequenos grãos de tempo no mar de um Universo tão profundo, tão gigante, tão infinito que somente os mais tolos acreditariam que aqui é o fim de tudo.


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Nany Peres

Instrumento...

Como um instrumento quebrado eu assim me vejo. Por certo, as peças estão esparramadas diante de mim e sozinhas não fazem nenhum sentido. Também não produzem som, apenas um silêncio incomodo e improdutivo. Eu posso  ficar ali, parada, contemplando o caos e tentando entender os motivos que me levaram à uma ou outra escolha. Ou, eu posso agir,  criando coragem para recomeçar, remontando esse instrumento que me é tão caro... Oh, meu bom Deus! Sim, eu tenho coragem para resgatar cada uma dessas peças soltas que fazem parte do meu Eu, reconstruindo e voltando a tocar novas músicas para novos tempos com a mesma beleza e serenidade de antes.  Sim! Eu posso!


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Nany Peres 

Um "ser" chamado, Mãe.

"Ser mãe" foi e é tão bom, tão válido, tão cálido. Foi e é sentimento pacificador em minha alma, ao mesmo tempo que imprime espírito aventureiro diante das profundezas do desconhecido ato de tomar decisões ou não tomar em pró daqueles que fizeram (um dia) parte integrante de mim. "Ser mãe" é e sempre será condição perspicaz de eterna aprendiz, observadora de olhares, falastrona indomável de abraços apertados, lágrimas e risos. Ser mãe é (suspiro). Raízes e asas. É liberdade zelada. Eu realmente amo ser mãe. E eu amo meus filhos. Por isso mesmo, sou eu quem deve agradecer à eles essa grande oportunidade de evoluir e SER esse ser chamado mãe. Obrigada, Artur, Lara, Julia e Anna! Sem contar toda cachorrada, gata, peixes, periquitos e companhia que fizeram e fazem parte dessa pequena jornada de ser

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Nany Peres
(Mamãe*Mainha)