"O acaso é um destino que a gente desconhece.
O destino é aquele que se escreve com tinta invisível."
Tem coisas que a gente não entende agora,
mas lá na frente a gente vai entender.
É sempre assim.
*Nany Peres*
"O acaso é um destino que a gente desconhece.
O destino é aquele que se escreve com tinta invisível."
Tem coisas que a gente não entende agora,
mas lá na frente a gente vai entender.
É sempre assim.
*Nany Peres*
Tem gente que chora e outras que riem. Tem gente que se atrapalha e outras que não estão nem ai. Tem gente que ama e tem gente que se encanta. Tem gente que fala baixo e tem gente que parece que engoliu um sapo. Tem gente que respeita e é amável. Já tem gente que só falta atirar os sapatos. Tem gente que suja tudo que vê pela frente e tem gente que limpa para a gente. Tem gente como a gente. E tem gente que não é gente. Tem gente na fila, no ônibus, na cidade, na rua e no banheiro... Tem gente! Nesta manhã de domingo eu subi a montanha com as amigas peludas, o sol estava quente e as árvores bem verdinhas e apesar da falta constante de chuva, as montanhas brilhavam uma beleza inexplicável. Estávamos felizes. Elas subiam pedras e faziam todo o caminho cheirando cada pedacinho de terra. Enquanto isso, eu olhava admirada as formigas incansáveis e em outros momentos voltava a olhar para o céu de um azul claro profundo. Cada barulho era motivo para aguçar a curiosidade auditiva. Cada raio de sol entre as folhas era um espetáculo a parta. Caminhamos sem nenhuma gente pelo caminho, e a cada passo ficávamos mais longe da gente. Essa coisa de tomar distância de si e dos pensamentos é um exercício para se fazer bem pertinho do céu. Um momento da gente com a gente mesmo.
*Nany Peres*
*Nany Peres*
Os momentos de pausa são complicados para assimilar. A vida diz: Para! (...) E não tem como mudar as coisas, a não ser aceitar as coisas como elas são. Parece que tudo volta á estaca zero e você se vê sozinha de novo e sem aquela possível saída. Eu já nem sei quantas vezes experimentei essa sensação e tão pouco compreendo o motivo pela qual eu ainda não me acostumei. Tudo vai bem até que... nada! Um grande nada se instala e só me resta esperar. Parece até que os sonhos se desfazem e tudo aquilo que foi sentido não faz nenhum sentido. Era só eu dando importância demais para a esperança que de infinita se transformou em finita em questão de horas. Aquele ar de momento místico se perde e quase chega a parecer devaneios, loucura disfarçada de inocência quase juvenil. Eu volto a organizar tudo, dentro e fora de mim. E passo os dias a esperar. De certo algo eu tenho que aprender com tudo isso. Todas as ideias escritas no caderninho de reflexão saltam em coro dizendo sobre a importância de viver um dia de cada vez, aproveitar o momento, não me preocupar tanto, ser menos apegada, viver a vida como ela é. Eu olho em volta... As cachorras tranquilas dormem aos meus pés. A música toca e um pouco de paz se instala em meus pensamentos. Tudo segue em frente. Cada um com a sua própria vida segue em frente. Eu escrevo essas linhas e sigo em frente.
* Nany Peres *
A felicidade que estou sentindo é profunda! Hoje é o meu dia! Meu dia de paz, alegria, esperança. Não tem jeito de pensamentos intrusos chegarem perto do meu ninho. Estou afastando todos! Um a um... Estou feliz, grata. Satisfeita. Eu sou tão grata a Deus! Minha alegria não cabe no peito! A felicidade de persistir em todos os momentos. Respirar, olhar para o céu, para a montanha que toca esse céu azul que hoje faço parte. Não consigo parar de pensar em gratidão. Eu imagino que para quem lê esse pedacinho de emoção, entende da alegria que estou contagiada. Mas, o que posso dizer é que compartilho as possibilidades que estão para todos nós. Acredita e bota fé em tudo o que você faça! Não se deixa contaminar por coisas que não são boas... Traz para dentro só aquilo que te alimenta de paz e força. SORRIA! Mesmo se as lágrimas caírem. SORRIA! Você também vai ser feliz. Você já é feliz! Seja feliz!
* Nany Peres *
Preciso definitivamente voltar a escrever. Sinto que uma parte de mim está despedaçada e outra parte ainda luta por um motivo para sobreviver entre cacos de existência. Eu, alma perdida, fico entre chegadas e despedidas. Meu falar é anulado, enquanto me ocupo em falar de outras maneiras. Me falta energia, às vezes me faço falta. Mas, não deixo que a percepção atrapalhe meu caminhar. Eu aprendi a disfarçar meus medos e minhas inseguranças. Eu e minha pequena e frágil bolinha de sabão. Flutuando e se esquivando do primeiro que a arrebentará com um simples toque de dedos. Ás vezes dói. Só que eu não me deixo perceber!
*** Nany Peres ***
*Mamãe*
Preciso voltar a escrever. Preciso voltar a colocar minhas palavras para fora de mim. Me esvaziar da dor que se instala em meu coração cansado. Preciso voltar a olhar pela janela e deixar fluir os pensamentos em forma de linhas. Preciso deixar meu sentir incompreendido de lado e me liberar da promessa eterna de que a vida pode ser maravilhosa. Preciso me esvaziar. Sou o copo quase cheio a transbordar. Quanto eu valho? Quem sou eu nesse mar de gente? Aonde foi que enterrei minha voz? Meu olhar... Alma minha! Estou morta e esquecestes de me avisar! Preciso de um sinal de que realmente tu precisas de mim nesse lugar transparente e gélido chamado solidão. Preciso sentir-me viva mesmo estando presa nesse lugar. Preciso de um lar.
***
A fugacidade das palavras que saem são absolutamente um balsamo de sobrevivência. Estou sentada nessa cadeira imaginando um fim poético para frases deliberadas e pensamentos profanos. Não quero que soem como ingratidão. Afinal... Quem sou eu para ser ingrata?
*Nany Peres*
Li a certa altura do caminho uma dessas bonitas frases de para-choque que me fez pensar durante alguns segundos. Confesso que as palavras embaralharam e ecoaram de modo a causar em mim um certo desconforto que posteriormente foi produzindo algum tipo de sentimento que me desafiou a sentar e escrever essas linhas... Foi a dita cuja, que no auge dos meus quase 46 anos de vida me fez sacudir por dentro quando sinalizou claramente que eu não tinha uma resposta pronta para uma pergunta tão simples e direta. Mulher de tantas mudanças e transformações, mãe de quatro filhos de ganhos e perdas, filha de acertos e erros, esposa e aprendiz de convivência, professora por honra, Educadora por vocação e maestra em largar mão de tantas coisas na estrada e desapegar, cuidadora incansável dos bichinhos de estimação... Desenhista, costureira, cozinheira, fiel escudeira. Tudo e nada! Antes eu achava que eu também tinha um super poder, hoje em dia (eu acho) que meu super poder é saber que eu não tenho super poder, é saber que venho aprendendo a conviver com o que eu sou e estou, aqui e agora. Hoje, meu super poder é ver o mundo como ele realmente é, aceitando que sou falível dentro do sistema , reaprendendo a me reconstruir e me reconectar em cada etapa do caminho, me valorizando a medida da passagem do tempo. Sei lá, acho que na minha camiseta a frase seria assim: "Envelhecer nesse mundo exige super poderes!"
*Nany Peres*
O dia em que eu fui mais feliz foi o dia que fiz sorrir; Foi o dia que dei alguma alegria a ponto de acreditar que dela podia me alimentar para sempre. O dia em que fui mais feliz não foi o dia que ganhei mais dinheiro ou comprei algo que eu gostaria de comprar. Foi o dia que eu pude fazer algo simples que transformasse o dia de alguém.
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Nany Peres
Eu sigo esse novo caminho... Eu abro essa porta que apareceu. Depois de tantos nãos, depois de tantas frustrações eu voltei a sentir o ar tocar meus pulmões outra vez. Eu voltei a me encantar e ler a vida através de cada palavra de carinho vinda de todas as partes desconhecidas. Eu, pouco a pouco vou fazendo do meu jeito. E o meu jeito só pode ser feito com entrega e amor. O mundo pode ser cruel com pessoas muito emocionais, mas ninguém desse mundo conta com a força que pessoas como eu levam dentro. E é essa força que ressurge a cada morte. Mais forte! Mais viva! As lágrimas existem, mas ao caírem sempre serão de gratidão. Sempre.
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Nany Peres
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Nany Peres